segunda-feira, 26 de maio de 2014

NOS DESTINO DO NORDESTE...
Série produzida e voltada
para a temática Nordestina
Obs... Todas MUSICADAS pelo autor


RAPADURA E AMENDOIM
Pachelly Jamacaru

Ninguém diria que seria,
Que daria num amor daqueles,
Toda aquela brincadeira,
Parecia nada não!

Um carinho, o primeiro beijo,
E aí, a coisa pegou de jeito,
Deu no que deu, encaixe perfeito,
E o nó do amor foi dado no peito!

E é amor, é muito amor!
Coração tá feliz,
Bem me quer, bem me quis...

Agora, faço ao mundo saber,
Não me vejo sem você,
Não se vê você sem mim,
Rapadura e amendoim,
No sertão o amor é assim...

Cheiroso, é!
Fogoso, hã!



FORRÓ, FORRÓ, FORRÓ
Pachelly Jamacaru

Festa de Forró que é boa
Sempre tem mulher bonita,
Um sanfoneiro nato, um zabumbeiro,
Forró, fogueira e malícia,
Quem se arrisca na morena
Tem que saber dançar bem,
Não pisar no pé da moça,
Não pender pro lado errado,
Dá de conta do recado,
Bem colado no vai e vem!
Se o baile é perfumado eu vou por lá,
Se tiver forró bem marcado eu vou dançar,
A noite inteira nessa brincadeira,
Pelos arraias deste meu País,
Onde as bandeirolas, onde o povo for feliz,
Onde uma sanfona lembrar seu Luiz!

Forró, forró, forró...
Forró, forró, forró...


DE LUA DE ALÚA
Pachelly Jamacaru

O amor é de chegada,
Nem cigana pode prever,
Nas barracas das quermesses
Esbarrei em meu bem querer!

Foi numa vaquejada,
Grande festa de apartação,
Na derrubada do boi
O prêmio foi seu coração!

Ô noite tão linda,
De lua de aluá,
Cheirinho de abacaxi
Doces perfumes pelo ar
Aluado meu coração
Resolveu se entregar.

E só foi o fole roncar
Um baião apaixonado
Ô oito baixo bem tocado
Uma mulher é o meu pecado

Barracas sortidas,
Pé de moleque, vatapá,
Olha o bolo de milho,
A pamonha o mugunzá,
Todos os sabores
É nos teus beijos que vou provar


ANIMADO E BEM MARCADO
Pachelly Jamacaru

O Xote é bom pra dançar agarradinho,
Encaixadinho é assim que fica bom
suor escorre pelos lábios da menina,
Borra o batom, Sr. Lua dá o tom!

O Sanfoneiro ta inspirado
E toca uma, toca duas, toca todas,
O cabra é bom,
No xote dá o recado!

Nas festas do Nordeste brasileiro,
Dança o povão, remexe o estrangeiro,
Mulher não para, mas aqui também não entra,
Brinca o ditado popular que o povo inventa!

O Xote de Zé Raimundo,
De Maria e Mariana,
De Mundico de Zabé é...
É um Xote animado!

O Xote indo e vindo,
De Santinha e Virgulino
De Rosinha e Severino, é...
É um Xote bem marcado!

Ê Nordeste,
Ô Brasil, ô brasileiros.


ESTAVA ESCRITO NUM CORDEL
Pachelly Jamacaru

Ai Pernambuco,
Tô morrendo de saudade,
Vou cruzar tuas paragens,
Pra rever o meu amor,
Minha pequena Holandesa,
Se Deus quer mesmo saber,
Foi uma coisa tão divina,
Que me fez acontecer!

Ai Pernambuco,
Tu és a terra do nunca,
E quem nunca se viu perdido
Pelo amor de uma mulher,
Não sabe o que fez da vida,
Nem muito menos a vida,
Sabe o que da vida,
Nesta vida ele quer!

De Exu Pernambuco,
Seguindo viagem adiante,
Vou te amar Timorante,
Pelo amor que tu me deste,
Paixão assim tão agreste
Sanfona rezando uma prece,
Quem teve sorte igual
Jogue suas mãos para o céu
Esse romance estava escrito num Cordel.


TOCADA EM JUAZEIRO DO NORTE
Pachelly Jamacaru

Fui uma tocada lá no Juazeiro
Eu fui um rastapé no Juazeiro do Norte
A cidade em romaria, cantoria e oração,
Acenei o meu chapéu pro santo do meu coração!

Mas depois eu arrochei o nó...
Xaxado, xote, baião e forró! (repete)

E era o nordeste inteiro no centro de Juazeiro,
Naquele vai e vem tava o mais louco formigueiro!
Tinha lá o homem da cobra o camelô o sacoleiro,
De carro de propaganda a benditos de romeiro!

Fui uma tocada lá no Juazeiro
Eu fui um rastapé no Juazeiro do Norte
A cidade em romaria, cantoria e oração,
Acenei o meu chapéu pro santo do meu coração!

Mas depois eu arrochei o nó...
Xaxado, xote, baião e forró! (repete)

E era grande o entrançado de Toíns e de Zezíns,
Chiquins, Pedins, Junins, Joãozins, Bentins e Raimundins,
Santeiros e beatas na terra de meu padim,
De forma que todo mundo nesse dia é um Ciçim!

Salve Juazeiro!
Salve, salve, salve (Bis)



VAQUEIRO FORTE
Pachelly Jamacaru

Coisas da vida que a vida tem
De alguém sofrendo por alguém
Quem um grande amor já viveu
Não quer o peso da cruz
Da saudade pra ninguém!

Sequer uma notícia sua vem
Depois daquele nosso adeus.
Longe do que fomos tu e eu
Por aqui, nada aconteceu,
Ô lugar esmo de Deus!

Sol vermelho, Vou arando a terra.
Bebe sede o meu gado.
Um peito sem esperança
Guarda os beijos da amada
No curral das lembranças

Caso nunca mais você volte,
Caso o destino deixe-me à sorte
Caso o acaso seja com for
Vida faça-me um vaqueiro forte,
Capaz de sofrer de novo o amor!


DESANTANDO NÓS
Pachelly Jamacaru


Eu gosto de você, menina,
Com nós não tem tempo ruim,
Qual seja o nó que a vida dê,
Desato ele com você!

Compadre meu falou que a vida é dura
E disse mais que o tempo é implacável,
Mas, esse mundo a gente tira de letra,
Aconteça o acontecer a gente faz acontecer!
E assim a gente enfrenta essa vida,
Dançando conforme a música,
Sanfoneiro mande ver!

Vem comigo, vem
Que o bom da vida
É o amor que a gente tem!
E o amor que a gente faz,
Que é bom demais,
Tem gostinho de quero mais!


DA MAIOR CERTEZA
Pachelly Jamacaru

Da maior certeza, meu grande amor,
Quando dezembro chegar,
Diante do teu povo e da minha gente,
No altar religioso nós vamos casar!

Coloca um anúncio na rádio, meu bem,
Noticiando nosso enlace,
Avisa a toda a comunidade,
Manda soltar rojões no céu da cidade.

Quero o banquete mais farto,
Cabidela e criação no fogão à lenha,
Um sanfoneiro afamado,
Um padre modernizado,
E que toda redondeza venha!

Duas alianças michelin já comprei,
Com as economias que ajuntei.
Se teu amado pai tua mão negasse,
Num dava jeito não, Neném, eu te roubava!

E depois, que o povo tire a prova dos nove,
Conte os meses, não erre, são nove,
E quando o rebento o berro soltar
A gente logo fica sabendo
Se vai nascer namorador, se nascer para aboiar!



TÔ CHEGANDO P0R AÍ...
Pachely Jamacaru

Hoje estou chegando por aí,
Vou à velocidade da saudade,
Coração me leva
Me aguarde, tô chegando por aí!

Vou, arrebatado de desejo
Estejas linda, perfumada,
De algodão ou rendada
Me aguarde, tô chegando por aí!

Fiz do coração mala de viagem
Lugar de guardar paisagens
Que meus olhos colherem pra ti!
Me aguarde, tô chegando por aí!

Ai, ai, que distância tão perversa,
Mas se é amor a gente chega lá,
Um para o outro é um presentear,
O amor quer festa!
Sorri, hoje estou chegando por aí!



PÉ DE PECADO
Pachelly Jamacaru

Ai, meu pequeno pé de pecado,
No meu coração plantado
Pra colher os frutos e ouvir
Tu a me chamar de teu namorado
La ra la la la la la la...

Quando ti vi pela primeira vez
Teu vestido era floral
Que ao mais leves dos ventos
Te desvestia sensual
La ra la la la la la la...

O som do acordeom é lindo
O amor que a gente faz
Chuva no sertão caindo
Tudo Deus, tudo paz....
La ra la la la la la la...

Tenho na paixão uma dura pena
Que no amor se faz amena,
Anda, diz pra mim, pequena,
Qual pé de pecado que ao amor
Mais envenena
La ra la la la la la la...


A FESTA JÁ VAI COMEÇAR
Pachelly Jamacaru

Chegou a trupe do forró de pé de serra
Da sanfona e do zabumba
E o forró vai começar...

Não quero ver ninguém parado
E chegue mais e chegue logo,
E Chegue junto que a coisa vai pegar...

Acerte o passo na pancada do zabumba
Que o forró não tem segredo
Que o segredo é se deixar levar...

Dama, cuidado, olha a mão boba na cintura,
Que como quem não quer nada
Ela costuma escorregar...

E dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três
E na terceira quero ver é a poeira levantar.

A festa já vai começar
A voz de ouro vai cantar
É rastapé de dá em doido
Forró quebrado pra dançar
A moreninha é puro sonho,
A loirinha doce ilusão,
O cabra que for bom de dança
Num vai deixar pra ninguém não!

Eita forró lascado!
Eita danado de bom!


SAUDADE, MALDADE!
Pachelly Jamacaru

Olhei nos seus Olhos e disse, fica!
Olhou nos meus olhos e disse, vamos!
E nesse fica, vamos, deu hora da partida.
Sol grande no horizonte,
Não é maior no universo da dor
De quem se despede de um verdadeiro amor

Ô ô ô ô, oh meu grande amor,
Tantas coisas ensinei, muitas coisas, aprendi!
Nessa vida nesse mundo,
Desse amor tão profundo,
Partes pra longe dos meus olhos Parte II
Esse amor cantará saudade
Maldade, maldade, maldade, maldade!
Longe dos meus olhos
Esse amor cantará saudade
Maldade, maldade, maldade, maldade!

Viajei por esse mundo, por terras estranhas, alheias,
Fazendo o meu mundo vendo o mundo desfazer,
Mas que siga o amor o caminho que há de seguir,
Tem coisas na vida que a gente não, não pode decidir!

Parte II...

Viajei por esse mundo por terras estranhas, alheias,
Fazendo o meu mundo, vendo o mundo desfazer,
Mas que siga o amor o caminho que há de seguir
Tem coisas na vida que a gente não, não sabe decidir!

Ôôô...



SAGRADO CORAÇÃO
Pachelly Jamacaru


Ô menina, me dá teu amor,
O teu coração é sagrado, menina
Mas se tu disser que não dá
Eu vou embora, mas eu vou embora
Não volto mais não!

De que me vale essa terra molhada
Este açude sangrar
Se tu não me dás o teu coração
De que me vale a boneca da espiga
Sem teu amor,
Tudo é cantiga de despedida!

Mas se tu bem resolves dá um sorriso,
Se os teus olhos negros no escuro da noite,
Relança um lampejo, acende um desejo,
Faço festa, sei que Deus generoso empresta,
O sol mais bonito, nascendo mais cedo!



PEQUENA SEREIA
Pachelly Jamacaru


A lua cheia branqueia o Litoral
É o forró das ondas
Num mar de saudade
Leste-Oeste, praias ardentes,
No corpo da menina,
Rendas, cambraias, pingentes.

Em Fortaleza conheci você
Saudade pequena sereia
Da lua nua que clareia
Nossos corpos na areia.

E vem o sol em auto astral,
É o forró das ondas
Requebrando o litoral
Moça bonita, rapaz caboclo,
Velas ao mar, Jandaia, sala de reboco,

Em Fortaleza conheci você
Saudade pequena sereia
Da lua nua que clareia
Nossos corpos na areia.



VAMOS CANTAR
Pachelly Jamacaru

Eu canto a vida, canto a morte, vento norte,
Desaprumo, açoite forte, tromba d’água, correnteza,
Pra salvar a natureza de tanta indelicadeza,
Orações ação, ação e reza forte!
Tudo na vida tem um preço! É da ciência popular
Que a caça tenha o seu dia igual tem o predador
Que o que aqui se faz aqui se paga
E o que num dia é devastado, noutro vem devastador!
Na minha carne dou meu corte, o que ta reto não entorte,
Que é mexer com a própria sorte!

Eu canto o tempo, verso o homem no seu tempo,
Atento no contratempo, tanto invento quanto aumento
E o meu verso é meu rebento e vi de tudo Deus criar.
O firmamento, um lago calmo, a rosa Dália,
A lua negra do eclipse rara para admirar!
Eu vi o criador criar de si a criatura
E esta vir ao mundo para dar o que falar!
E o que Deus cria de mais belo
Na dualidade da vida criou quem desmantelar
Vamos cantar, cantar, cantar, cantar,
Que é pra reparar o mundo no que o homem desmantelar!

Eu canto a guerra, torpedo, bomba de gás,
Poluição, desmatamento, a pele do bicho indefeso
Na pele do bicho homem na passarela da moda, antipatia e similar!
Praga de bruxa, sete anos de atraso, gato preto e mau olhado,
A terra o centro do universo aberração que a mente humana
Inventou de inventar!
Mas pra reparar seu erro, desmantelar seu desmantelo,
Ela inventou o cantar, ôôô...

A primeira Sanfona
Pachelly Jamacaru &...

Compraria uma Sanfona
Vistosa e afinada
Que só faltasse falar,
Branquinha e Roncadora,
Uma sanfona forrozeira
Pra fazer povão dançar.

Compraria uma sanfona
Que eu garrasse a tocar,
E que no meu tocar
Tivesse muito a dizer...
Tocasse o meu amor
Para ela nunca me esquecer!

Que fosse tão bonita,
Dessas que dá na vista,
Que fosse tão sonora,
Que se ela me ouvisse
Não me resistisse,
Comigo fosse embora!

O primeiro amor,
A primeira festa,
A primeira vez...
A primeira prece,
A primeira sanfona
A gente não esquece!




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Busca...

Talvez, o mais emocionante na busca pela perfeição, seja a busca!
Imagine o céu, se verde fosse!
As águas do mar se róseo fosse!
Se ao Japão o sol não fosse,
Se ao Brasil a noite não chegasse.
Se o verbo estivesse para o rebento, antes do choro!
Mas nada, nada é ao acaso! Em tudo há princípios.
Existem as vicinais porque há a principal.
Os paralelos margeiam os opostos e os iguais.
As dissonantes soam bem aos ouvidos dos desafinados!
O melhor da busca pela perfeição é sempre a busca!
Depois a procura pelo estado mais que perfeito!
Depois, pelo depois...
Pelo depois do depois, depois...
Buscamos na perfeição, o que ela procura em nós!

Inventores.

Tiram nossas esperanças, mas, inventamos outras, para que se acaso de novo quiserem tirar! Porque sabemos que sabemos outras inventar!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

TEM DIA...

Tem dia que não podemos fazer
nada mais do que o que dia pode fazer
por nós.
Tem dia que o dia não pode por nós
fazer mais do que podemos fazer por ele!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Termino de amor...

Uma história de amor
que termina de uma forma linda,
será sempre lembrada!
Mas, se de uma forma triste,
jamais será esquecida!

Pachelly Jamacaru

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Caos é natural... Pachelly Jamacaru

O CAOS É NATURAL
Pachelly Jamacaru


A terra não é dessa gente,
Que malfeitores não se doem dela!
Não é de quem constrói a destruição
De um existir único.

Um elefante que o homem abata,
Empobrecerá o pôr do sol na África,
Verdade animalesca num mundo animal.

Uma bomba no Pacífico com fins pacíficos?
O coração viu o que a mente vil não,
Nenhuma mentira foi tão bem inventada,
Cogumelo claro da nossa escuridão!

Ouça a voz rouca de Louis Amstrong e acredite;
Pelas diferenças é que o mundo é maravilhoso!
E como Lennon, imagine o mundo em paz,
Nosso universo no universo do universo azul!

Ó príncipe do planeta, de intrigante inteligência!

Que os pássaros gorjeiem, as formigas trabalhem,
Que a natureza ame ou que a sua força venha a matar...
Estaria tudo em sua ordem universal,
O caos por si é natural, não precisamos inventar!

Escolhas...Pachelly Jamacaru

Escolhas

Pachelly Jamacaru: Letra & Música

Não teve escolha
Veio ao mundo para fazer escolhas
A vida ensina que são dois
Os lados da moeda
Em cada selva não se engane
Há cobras e colibris
Verdades e mentiras sempre vão... Vão colidir
É na hora do adeus que Deus mais abandona
É por nocaute que a razão de tudo vai à lona
Eu tenho que o mundo tem uma verdade...
Nada é para sempre
Castelos de areias não duram uma onda
E num piscar de olho
Uma grande paixão vira simples canção!

Só quem perdeu um grande amor
Sabe bem o que falo
Você ganha liberdade
Mas o mundo é outro, ta mudado
Você olha tudo em volta
E já não vê a si mesmo
Ensaia um novo passo
Mas você é outro que está transformado!

Só...
Só mesmo quem é cantador
Arranca no canto o espantar da dor

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

EX-ORIBITANTE

Abril, mês de abril
Ela abriu os lábios dela
E eu num desvio de órbita
Fui ser cometa nela
Agora eu vivo pelo céu dela
Vivo por ela
Vivo pelo céu dela
Vivo pra ela

Por plutão coração
Pela nebulosa alma
Pelos astros, olhos radiantes,
brilhantes,
Eu vago pelo espaço dela
Vago por ela
Eu cruzo o universo dela
Cruzo com ela

Pelas nádegas lunar
Por seio alfa, seio beta
Por todo seu corpo celestial
Eu vou...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Pensamensagens...


O que o homem uniu, Deus não separe!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

MONSTRO DA PAIXÃO!

Voe meu monstro,
desorientado de paixão.
Ao céu cinzento,
Sob tuas garras, leve de mim
o mal com o qual te alimento.

Mas não vá longe,
não tão longe assim,
Se me ocorrer fraqueza,
Te quero monstro
outra vez dentro de mim!

Pachelly Jamacaru

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

BANHO E AMOR

Marquei encontro com ela
Nas águas correntes do velho Jaguaribe,
Pra falar das coisas simples do mundo,
Do mundo da gente,
Estava por lá, ocidental, onipresente,
Vermelho-laranja, monossilábico,
A silenciosa majestade poente.
O rio cantava triste
Parecia canto de gente,
Melodiando o crepúsculo,
Mundial dos homens,
Desobedientes homens e nós...
Línguas d’águas, linguagens das línguas,
Banho e amor
Sertão, ser tão, mundo aquatroz.
Uma anã no firmamento sentenciava a tarde,
Serpenteando alpondras, buscador do mar,
Desliza o velho Jaguar na idade do quase lobo,
Desnudos, serpenteei-lhe,
Palavras vãs na hora do desaguar.
Marquei encontro com ela,
Nos encontramos no gozo!

Pachelly Jamacaru
(musicada)

sábado, 3 de janeiro de 2009

UMA CRIANÇA DE BARBA LONGA

Caem folhas de mim,
homem outonal.
O que a vida me viveu,
são páginas viradas, desfolhadas...
Já fui verão incendiado de mocidade.
Inverno de amores vãos e afins...
Chamei-me primavera,
havia uma criança colorida em mim
que o tempo brincou de esconder
nas sondas de uma barba longa,
para só depois de muitas folhas caídas,
a floração me devolver!

Pachelly Jamacaru
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domingo, 21 de dezembro de 2008

NOME E SOBRENOME

Com o coração partido vou,
Mas se é preciso, vou...
Muito mais, preciso sair de você pra mim.
Sei que uma tempestade de saudade
Vai cair sobre nós,
Vejo nimbos no horizonte,
Mas não há outra saída
Que esse amor aponte.
Palavras impensadas,
Decisões mal tomadas,
São como que colunas
Nas mãos de Sansão,
É ver todo império do amor ruir.
Pedras sobre pedras, perdas!
Escombros do que fomos.
E, se restar algum vestígio nas paredes do tempo,
Será o seu nome sem o meu sobrenome.

Pachelly Jamacaru
"Musicada"

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

FOTOPOEMA, 26 nov 2008


LEMBRANÇAS DE UM ERRANTE

Às vezes me pego a lembrar lugares
Por onde me deixei andar.
Uns remotos, onde o vento acurva.
Outros logo ali, onde se desfaz.
Passaram por mim,
Rostos os quais nunca mais verei.
Guardei-os em mim e para eles me deixei...

Em algumas paragens bebi água.
Água boa, dormida. Água de quartinha!
Fui um estranho para estranhos,
Mas, de palavras me vali
Com a água bebida num só gole, matei a sede,
A de ser do ser e a de não ser tão só,
Bebi a simplicidade da gente conheci.

Errante, vaguei por cidades, vilarejos,
BR’s e rodagens, onde os cruzeiros à margem,
Contém um asterisco e um sinal de mais...
Já estão noutra jornada os que não voltarão jamais.
Vi casebres. Nas portas, pintada uma cruz,
Estão protegidas as moradas onde mora o salvador Jesus!

Um dia a lembrar lugares,
Recordo ter visto o tempo,
A passos esmos...
Largado do amor dos homens.
Dera com os brancos sua barba longa,
Esquecida de cortar.
Mas lembrava um mapa, um guiar,
O rosto daquele senhor!
E eu me vi com um cajado,
Um saco abarrotado de estórias,
Um caneco de beber saudades,
Trajando as vestes do tempo,
Esquecido de ser lembrado.

Foto e poesia: Pachelly J.
"Direito reservados"

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

POESIAS...

ARMADILHA,

Treinei meu coração
Para não morrer de amor,
Não se entregar total,
Pra saber jogar, pra nunca perder,
Mas, fazer de conta que perdido está!
Pra fingir, encenar, trapacear,
Para apaixonar...
Adestrei meu coração,
Para não obedecer aos comandos da paixão.
Ensinei pulo de gato, ser uma muralha,
Uma fortaleza frente uma invasão sentimental,
Para ser um pecador e não se arrepender
Que será salvo por cada maçã que morder!
Só não falei dos ventos... Que mudam de direção!
Que a caça tem seu dia.
De feitiço contra feiticeiro,
De um dia atrás do outro,
Que a armadilha pega os desavisados
E o descuidado do avisado também!
Só não falei pra mim que,
O vírus da paixão, não reconhece um vacinado,
Segredo de ninguém!

Pachelly Jamacaru
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O QUE DE CERTO CADA UM TEM!

O rio tem um romantismo que lhe é próprio,
E que o mar não tem, as montanhas não tem,
As pradarias não, o deserto não.

A estar no mar, estou a dizer;
O mar, tem o sal da vida que o rio não tem,
As montanhas não, as pradarias , o deserto...

A estar nas montanhas estou a dizer;
As montanhas têm uma paz de espírito que lhe é própria,
E, que só ela tem.

Nas pradarias, estou a dizer;
As pradarias têm o que tem, que o rio não,
As montanhas não, o mar e o deserto não têm!

A estar no deserto, falo de solidão...

A estar com Clarice, penso no que Alice não,
Maria sim, Helena talvez, Ana Bela de quando em vez...

Procuro em cada uma,
Um rio, um mar, as montanhas, as pradarias e o deserto,
Que de certo cada um tem!

Pachelly Jamacaru
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NUNCA, JAMAIS...

Se a rede de arrasto não trouxer o alimento,
Se o canto não se faz ouvir,
Se o cavalo selvagem se opuser a montaria,
Se por um momento, o sonho não acontecer
Se contudo, tudo te deixa cabisbaixo e mudo,
Lembre-se ainda, o silêncio quer ouvir você.
Do contrario,
Não finja não ser com você,
Se a felicidade lhe piscar o olho!
Jogue outra vez a rede,
Dome o cavalo,
Alimente o sonho, cante outra vez.
Faça do nada, tudo acontecer!
Mas nunca, jamais diga que a vida é feia,
Só porque não está bela pra você!

Pachelly Jamacaru
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ARTEIRO,

O homem-poeta, é feito menino!
Traquino dana-se pelas ruas,
Fazendo artes...
Aqui e acolá, apronta uma...
Ou, outra; poesia!

O poeta,
É feito um homem feito menino arteiro!

Pachelly Jamacaru
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O PEQUÍ
Certa vez, ninguém disse assim...
Certa vez de ninguém se ouviu o dizer...
“O Pequi, não mata a fome”,
A fome, “é que se mata diante dele”.
Palavras da salvação!

Bendito és o fruto que és,
Aonde a pé se vai aos pés,
Quando ainda a flor bela nas alturas,
Em romarias as abelhas vão...
Quando se quer dar,
Quedas ao chão,
E aí, vão os homens em procissão!

De dezembro a fevereiro,
Quando reboam os trovões
E o céu desce a terra espargindo o aguaceiro,
Dá gosto ver na floresta,
Teresa e outros nomes brejeiros
Que ora me fogem a lembrança,
Na maior lambuzança, de colheita em festa!

Não é do rico, nem do pobre,
O que é para o rico, é para o pobre!
Oh! Fruto da concórdia que vergas os teus galhos
Indiferente ao credo de quem te aprecia!
Na Baixa-rasa eneblinada, oração e aboio...
Ides pois, oh, verdinho, aromatizai a mesa dos justos,
Abundantes sejam pequis que rôo!

Pachelly Jamacaru
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RIOS, IMAGINÁRIOS RIOS...
Pedras de rios,
Por um rio me apaixonei,
Por rios me deixei levar!
Com que sonha um rio?
Encontrar um mar que for
Eu me fiz de um
Em busca de um mar de amor!

Rios navegáveis, imaginários,
N’águas passadas mundo desaguou.
Rio de mim mesmo,
da verdade do que sou.
Ame o rio e por ele se deixe banhar,
Lave a alma,
Roupa suja, não se lavar por lá!
De onde nasce até aonde o homem o deixa ir,
Quando segredo guarda um rio do seu existir!

Um rio que o homem mate,
Quando der por falta, tarde será,
Há rios rasos, outros pra se aprofundar!
Mas há um rio além,
Se você acredita que há,
Na outra margem peixes anjos a nadar,
Cante o rio e por ele se deixe levar...

Pachelly Jamacaru
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INSÔNIA.
A madrugada acordou em mim.
Meus olhos, ping-pongueiam de um lado para o outro.
Seria ânsia, idade?
Galos, oh! Desorientados pavoroteiam,
Irrompendo o silêncio com suas óperas!
Porque não há relógios nas paredes do céu?
Hoje, as carruagens de fogo não cruzaram o fundo do mar!
As fadas não colheram cajus em meu quintal!
A Gisele não tocou a campanhia, com isso,
Não rubriquei os lençóis em devaneios Domjuânicos.
A madrugada acordou em mim e,
O pesadelo fora de aviões bombardeando
Os subterrâneos da minha alma!
Autoretrateio-me, sob a luz azul da lua do criador
E a amarelo queimado de um lampião Rayo-Vac,
Da indústria moderna dos homens!
Na fotografia entre paredes e grades não reclamo
Da liberdade, da minha sugestiva nudez, estou puro!
Minha cama pegou no sono e dorme na minha ausência!
São 2.40hs Am, de um dia qualquer no calendário cristão.
É incrível como a noite escreve poemas... e, os poetas assinam!

Pachelly Jamacaru
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PRIMA FAUNA MANA FLORA
Javali de cerâmica com olhos de paetês
Numa arte industrial, explícito, cômodo de ver!
Meu pai caçador, Mal transmortal,
Volta pra casa com o animal abatido
E eu já não tenho porque,
Eu já não vejo por que
Nas férias ir ao Pantanal,
Dói-me n’alma cantar a fauna morta,
Imagine, quando um cartão postal!

Samambaia de plástico, nem arte, nem viver!
Triste é cultivar o que não se agôa!
Oh mãe das mães, ó mãe, ó mãe!
Guardai os filhos de hoje de um futuro imbecil
Regai com luz o Brasil,
Os florais trópicos em tempo hábil,
Para que vinguem as sementes,
Pra que nunca de nós a natureza se ausente!

Oh fauna, oh fauna,
Oh flora, oh flora,
Por ti o globo chora
Ante o avanço irracional.

Pachelly Jamacaru
"MUSICADA"
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MACATU MMIV d.c
Não seja tarde perceber
Não ser brincadeira não
O planeta tem resposta
Pra cada provocação.

O paradoxo da inteligência
É o excesso de sabedoria
É saber demais
Mas, não saber o que devia.

Pagamos pela gana
Por idolatria ao viu Q.I.
Por tudo mais a mais que tudo
Temos ou não direito a ir vir

Até quando?
Porque ser assim?
A pergunta que não cala em mim.
Porque ser assim?
Até quando?
Meu menor quer saber de mim.

Sob o prisma da modernidade
Um mundo cão é vivido
O homem hostil, beligerante,
Quer vê-lo destruído
A insustentável leveza do poder
Cria um mundo de submundos
Como ser feliz se o homem não quer
O homem não quis.

O espaço aéreo é patrulhado
O mar aberto é controlado
As fronteiras entrincheiradas
Somos ou não cidadãos do mundo?

Tanta ciência, tanta cultura,
Tanta tecnologia,
Muita crença, filosofia,
Para o mundo da no que dá
Para o mundo ta no que ta!

Pacelly Jamacaru
"Musicada"
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MUDANÇA
Foi que acordei mais cedo
E resolvi mudar o mundo.
De cara, esvaziei o velho armário do ego,
Abarrotado de ledos sonhos...
Como o de esperar
Que as coisas mudem por si
A vida em si tudo em volta, a história,
Sem que eu não!
Foi preciso me desconhecer
Não me reconhecer para me re-procurar!
Tantas são as coisas simples ao nosso redor
E a gente fica a pegar foguetes
Como se lá em cima
Onde os sonhos não alcançam
Estivessem, todos e tudo que aqui em baixo está!
Por baixo, mas,dando volta por cima!

Pachelly Jamacaru
"musicada"
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PEDRO E PAULO
Dois meninos
Jogavam bola com a bola do mundo,
Dois meninos,
Jogados na bola do mundo.
Um era Pedro,
O outro seu nome era Paulo.
Pedro e Paulo
Chutavam tampas coloridas
E entre tantas, as tampas eram suas vidas,
Jogadas na jogada do mundo.

No País da cerveja e do futebol,
Jogam meninos às ruas,
Vidas, tampas, latas de Skoll!

Pachelly jamacaru
"Musicada"
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LUA, LUA.
Lua, lua
Um foguete por aí vai passar
A cruzar o espaço
Movido à dor do mundo
O infinito tentará
Branca lua
Não o deixe em ti pousar
Que imundo é o seu combustível
E atua roupinha branca lua,
Branca não ficará!

Pachelly Jamacaru
"Musicada"